segunda-feira, 5 de junho de 2017

Resenha: Ruínas de Gorlan - de John Flanagan

“Às vezes... A reputação de estar certo o tempo todo pode ser uma carga muito pesada.”



 Antes de tudo, Ruínas de Gorlan é um livro juvenil, pode-se dizer que mais voltado para o público infantil do que para o jovem. Prova disso é que foi escrito para incentivar o filho do autor na leitura e na crença de que o tamanho de uma pessoa não diz respeito ao seu potencial. Também a história em si, em alguns pontos e logo no início, remete muito a impressão de conto de fadas.

 A história compõe uma série de 12 livros intitulada Rangers: A Ordem dos Arqueiros.  Mesmo sendo uma história para o público mais novo, com uma narração leve e de fácil compreensão, Ruínas de Gorlan também pode ser aceita facilmente por um público jovem-adulto, inclusive por possuir poucas páginas e não tomar muito tempo de leitura.

 Dentre os pontos positivos, um aspecto da nobreza do protagonista dá uma tonalidade muito humilde à obra:

 Will é um garoto de pouca estatura, que compõe um grupo de jovens denominados como protegidos do castelo. Sendo esses, todos órfãos cujos cuidados ficaram ao encargo do castelo de Redmont, até que completassem 15 anos de idade e então tivessem que, no aclamado dia de escolha, serem aceitos em um oficio. 

 Will, por imaginar que seu falecido pai fora um digno e bravo soldado, sempre quis entrar para a escola de guerra, no entanto, dado o seu corpo pequeno e a pouca segurança que transmitia, foi rejeitado pelo mestre dessa escola e acabou, não tão por acaso, sendo escolhido como aprendiz de arqueiro. Rapidamente, um afeto nasce dentro de si por seu mestre sempre quieto e assustador, e Will começa a nutrir um curioso desejo: ver o seu professor, Halt, sorrir.

 Os personagens são cativantes, desde os humanos até os cavalos. A leitura flui sem dificuldades e muito agradável, prendendo nos momentos mais cruciais e com momentos que fazem o leitor rir muito naturalmente, sem deixar transparecer se a cena foi feita com esse intuito ou não.

 Por outro lado, alguns pontos são muito sumarizados, principalmente sobre o que se refere ao antagonista da trama. E no caráter informativo, o livro deixa bastante a desejar, mostrando mais uma vez qual é o seu público alvo.

 Em suma, por ser uma história curta e mais voltada para o infantil, não há como exigir tantas informações técnicas sobre as armas, os treinamentos e batalhas, mas sente-se a falta de saber por que o vilão foi deixado com vida após a guerra passada e por que os arqueiros não pensaram em derrotar os Kalkaras usando do mesmo recurso que seu mandante usou. Considerando tudo, a evidente promessa da grandiosa transformação dos personagens ao decorrer da saga, iniciada e transcorrida já no primeiro livro, pode garantir a leitura dos livros sucessores.

Nenhum comentário :(

Postar um comentário